sábado, 7 de abril de 2012

Como explicar os movimentos da Lua em sala de aula


Há milênios, o que ocorre no céu desperta a curiosidade do homem. As diferentes fases da Lua e os tipos de eclipse, por exemplo, são fenômenos que nossos antepassados tratavam como manifestações dos deuses, que seriam os responsáveis pelo que ocorria na Terra. As movimentações do nosso satélite natural também eram vistas com temor e admiração. Os estudos de Astronomia, que remontam à Antiguidade e avançam a cada dia, explicam por que esses eventos se dão - e mostram que, realmente, alguns deles podem influenciar muito a vida no nosso planeta.

Uma boa forma de introduzir o tema é discutir as diferentes explicações para os movimentos lunares segundo algumas civilizações ao longo da história. Por serem objetos de observação dos cientistas e, antes ainda, dos filósofos, as movimentações no céu e as teorias sobre elas podem revelar muito sobre a evolução da sociedade. "Quando o filósofo Tales de Mileto (640-550 a.C.) previu por volta de 585 a.C. o surgimento do primeiro eclipse, foi um grande acontecimento. Era como se, pela primeira vez, o homem estivesse adivinhando o que os deuses iam fazer. Esse fato foi determinante para uma revolução no pensamento humano", afirma Roberto Boczko, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).

O que se passa no céu -- em especial com a Lua e o Sol, astros que exercem grande influência sobre a Terra -- é uma grande fonte de questionamentos. "A curiosidade que eles despertam é uma ótima oportunidade para trabalhar com o levantamento de hipóteses e a investigação, tão importantes nesse nível de ensino", diz o professor Enos Picazzio, também do IAG. Rodas de conversa, recursos multimídia e observação da Lua em casa fazem parte do trabalho necessário à compreensão do conteúdo.

As experiências em sala são essenciais. A professora Mônica Azevedo, da EM Ayrton Senna, no Rio de Janeiro, desenvolveu o tema com sua turma do 5º ano. Objetos simples, como um globo terrestre, ajudaram na realização de simulações. Ilustrar o conteúdo teórico é importante nessa faixa etária, pois as crianças podem apresentar dificuldades para imaginar o que você diz.

As hipóteses surgem em qualquer etapa da atividade. Ao debatê-las com a turma, algumas dúvidas são certas. "A maioria cria suposições semelhantes sobre um mesmo fenômeno porque detém os mesmos conhecimentos sobre a Lua. Basear-me nessas perguntas foi essencial para o envolvimento de todos", afirma Mônica. A seguir, você encontra respostas para algumas questões frequentes sobre o tema e sugestões de como trabalhar esses pontos em sala de aula.

1 De onde vem a luz da Lua, que vemos daqui?

A Lua só é menos brilhante que o Sol entre os corpos celestes que enxergamos daqui. Muita gente acredita que ambos emitem luz, quando na verdade apenas o Sol possui luz própria. Quando vemos a Lua toda iluminada, estamos observando a luz do Sol e de outras estrelas refletida pela superfície dela. Quando conseguimos enxergar o contorno fraco da Lua durante as fases nova e minguante é porque a luz do Sol que incidiu na Terra refletiu até o satélite.

2 Por que às vezes ela aparece durante o dia?

Essa é uma curiosidade comum entre as crianças, que ligam o aparecimento do satélite ao anoitecer. O fato de ser dia ou noite em algum lugar da Terra, porém, não tem relação com a visão da Lua. Picazzio, do IAG, afirma que o satélite natural da Terra reflete bastante a luz do Sol e por isso conseguimos vê-la no céu mesmo durante o dia. Uma curiosidade: a Lua cheia nasce por volta das 18 horas e se põe às 6 horas. O contrário ocorre com a Lua nova, que nasce às 6 horas e se põe às 18 horas.. A Lua de quarto minguante surge sempre à meia-noite, e a de quarto crescente, ao meio-dia.

3 Daqui, da Terra, vemos todos os lados da Lua?

Não. O satélite está sempre rodando e faz dois movimentos: gira ao redor da Terra, acompanhando o movimento de translação ao redor do Sol (no chamado movimento de translação da Lua), e em torno de si (movimento de rotação). O tempo que a Lua leva para dar uma volta ao redor de seu eixo é o mesmo que demora para dar uma volta completa em torno da Terra. Com isso, a parte da superfície da Lua voltada para a Terra é sempre a mesma. Uma maneira de tornar isso mais claro para a turma é pedir que um estudante (representando a Terra) se sente numa cadeira, enquanto outro (interpretando a Lua) se move ao redor dele. Uma luminária colocada em um canto da classe pode fazer as vezes do Sol. O aluno que representa a Lua deve se mover sempre com o rosto de frente para o colega que representa a Terra. Assim, o estudante que está sentado verá porções diferentes do rosto iluminado. (mas nunca verá a nuca do colega). Da mesma forma, observamos porções diferentes da Lua à medida que ela gira, mas é sempre o mesmo lado do satélite.

4 O eclipse solar é mais raro do que o lunar?

Não, mas um eclipse da Lua é mais fácil de ser observado do que um eclipse solar. Este, para ser visto, depende da posição em que a pessoa se encontra na superfíce terrestre no momento do fenômeno.

5 Por que ocorrem as diferentes fases lunares?

A explicação para as quatro fases - cheia, minguante, nova e crescente - é bem conhecida desde a Antiguidade, conforme registrou o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), que escreveu sobre a ausência de luz natural do satélite e dissertou sobre ele ser iluminado pela luz do Sol. Na medida em que a Lua gira ao redor da Terra, sempre metade de sua superfície é iluminada pelo Sol - mas essa metade pode ou não estar voltada para o nosso planeta. A fase da Lua é determinada pelo seu ângulo em relação à Terra e ao Sol. A parte iluminada do satélite indica as fases (veja na ilustração do quadro abaixo o posicionamento da Lua no espaço em suas quatro fases).

6 Por que o Sol não tem fases como a Lua?

Muitas crianças acreditam que o Sol seja o "oposto" da Lua e que trata-se do mesmo tipo de corpo celeste. A confusão pode ocorrer por causa do tamanho semelhante com que aparecem no céu. Explique que a Lua é um satélite natural da Terra, e o Sol, uma estrela que emite luz e que não é iluminada por outros corpos celestes.

7 As fases da Lua interferem na Terra?

Há muitos mitos sobre isso e questões diversas podem surgir durante a aula. Cuidado ao respondê-las. "Nem sempre há base científica para as explicações mais comuns. Algumas se baseiam no conhecimento popular e outras em pesquisas tendenciosas. Há uma série de artigos na internet sem comprovação", diz o professor Roberto Boczko. Mais do que comprovada é a alteração do nível dos oceanos, mares e lagos conforme as fases lunares. "Isso se dá por causa da força gravitacional da Lua e do Sol, capaz de puxar as coisas, podendo até esticar um pouquinho nosso corpo, a um nível imperceptível", afirma a pesquisadora Mariângela de Oliveira-Abans, do Laboratório Nacional de Astrofísica.





Explorando o ciclo lunar

Os raios solares incidem sobre a Terra e a Lua, iluminando sempre metade da superfície delas. O que muda, conforme as fases da Lua, é a parcela que vemos da parte iluminada




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Tabela Periódica

Nasa descobre planeta que pode ser habitável


Astrônomos da Nasa (agência espacial americana) confirmaram nesta segunda-feira a existência de um planeta com características similares à da Terra, em uma 'zona habitável', girando em torno de uma estrela ainda desconhecida.

O Kepler 22-b tem 2,4 vezes o tamanho da Terra e está situado a 600 anos luz de distância. A temperatura média da superfície é de 22º C.

Ainda não se sabe a composição do Kepler 22-b, se é feito de rochas, gás ou líquido. O planeta já é chamado de 'Terra 2.0' pelos cientistas da Nasa.

Durante a coletiva de imprensa, em Moffet Field, na Califórnia, a astrônoma Natalie Batalha disse que os cientistas ainda investigam a possibilidade de existência de mais 1.094 planetas, alguns deles em zonas 'habitáveis'.

Descoberta

A descoberta do novo planeta foi feita a partir das imagens do telescópio espacial Kepler, projetado para observar uma faixa fixa do céu noturno que compreende até 150 mil estrelas.

O telescópio é sensível o suficiente para ver quando um planeta passa na frente da estrela em torno da qual gira, escurecendo parte da luz da estrela.

As sombras são então investigadas a partir da imagem de outros telescópios até que a Nasa confirme se tratam-se ou não de novos planetas.

O Kepler 22-b foi um dos 54 casos apontados pela Nasa em fevereiro e o primeiro a ser formalmente identificado como um planeta.

Outros planetas habitáveis podem ser anunciados no futuro, já que há outros locais com características potencialmente similares à da Terra.

Água líquida

A distância que separa o Kleper 22-b da estrela ao redor da qual gira é 15% menor que aquela entre a Terra e o Sol.

Apesar de estar mais próximo da estrela, esta emite cerca de 25% menos luz em comparação ao sol, o que permite ao Kleper 22-b manter sua temperatura em um patamar compatível à existência de água líquida, ainda não confirmada.

O Kepler 22-b tem um raio 2,4 vezes maior que o da terra.

Uma outra equipe de cientistas do Seti (busca por inteligência artificial, na sigla em inglês) agora procura indícios de vida no planeta, como confirmou o diretor do instituto, Jill Tarter.

'Assim que encontremos algo diferente, separado, um exemplo independente de vida em outro lugar, vamos saber que isso (vida) é onipresente no universo', disse Tarter.

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